sábado, 13 de junho de 2009

Segue depoimento de consumidora de Porto Alegre. A placa do carro foi retirada por medida de segurança.


"Semana passada, fui estacionar num estacionamento da Safe Park, na Mostardeiro, próximo à Miguel Tostes em Porto Alegre. Como não havia ninguém por ali e a cancela estava fechada, perguntei à moça que estava no caixa se a gente estacionava e depois pegava o tíquete.
Ela me olhou como se estivesse vendo um E.T. e respondeu ironicamente: "tem manobrista".
Eu agradeci e desci do carro, pegando o tíquete.



Até aí, apesar da cara feia da atendente, tudo bem.



Ocorre que, quando voltei, me dei conta de que não tinha dinheiro vivo. Perguntei à "simpática" do caixa se aceitava cartão. E ela, novamente com aquela cara de poucos amigos, respondeu simplesmente: "não". Perguntei se ela sabia se havia algum caixa 24 horas ali perto e ela deu de ombros. Agradeci novamente e saí em busca de um caixa eletrônico.





Quando eu retornei, a moça me cobrou R$ 12,00. Eu entreguei o dinheiro, mas imediatamente olhei no relógio e na tabela de cobrança e percebi: eu havia ficado uma hora e meia no estacionamento e ela estava me cobrando por duas horas.
Quando questionei o valor, ela, sem dizer nada, puxou um papel da impressora (esse que está em anexo) e me entregou. Eu havia permanecido no estacionamento por 1:30:37 (uma hora, trinta minutos e trinta e sete segundos). E por isso eu deveria pagar por duas horas - o que significa R$ 2,00 a mais.
Ocorre que a tabela de preços do estacionamento é por hora e não por segundos. E eu paguei R$ 2,00 por 37 SEGUNDOS?
Continuei questionando o valor e pedi para chamar o gerente. A moça foi extremamente irônica, chamou um colega que nem gerente era, apontou para mim rindo e dizendo que eu não queria pagar o valor de duas horas... O rapazinho me disse a mesma coisa. Que a máquina fazia a conta automática e que eles não poderiam fazer nada. Para completar o desaforo, a moça me entregou parte do troco em moedinhas de R$ 0,10.
Saí totalmente indignada, me sentindo mal-atendida, humilhada e ainda por cima cobrada indevidamente.
Imediatamente liguei para o escritório da Safe Park para fazer a reclamação. O rapaz que me atendeu disse que o responsável pela área me ligaria. Esperei até o outro dia e ninguém ligou. Liguei novamente e cobrei uma posição. Me deram, então, o telefone do supervisor, o Júnior. Contei o ocorrido para ele ao telefone. Me disse que o gerente daquele estacionamento me ligaria. E depois de meia hora o gerente chamado Edison me ligou.
Contei toda a história para ele e depois de tudo o que eu contei, ele me perguntou se a moça havia me ofendido. Obviamente ela não me disse nenhuma palavra de baixo calão, mas me ofendeu como consumidora, me tratando com desleixo, ironia e deboche. Será que é porque eu tenho um carro popular e estava num estacionamento de um bairro classe alta? Existe preconceito de classe?
Além disso, fui cobrada indevidamente. A tabela não fala em cobrança por segundos e eu, efetivamente, permaneci no estacionamento por 1h30min, que é o previsto na tabela afixada em frente ao estacionamento.
Quando eu argumentei com o sr Edison ao telefone sobre a cobrança, ele me diz que todos os estacionamentos fazem isso. Que a máquina é programada para cobrar o valor seguinte se o tempo de permanência for superior em segundos. E eu disse que estava errado, que eles não poderiam cobrar desta forma, pois a tabela não fala em segundos. Quando eu falei isso, ele me interrompeu e disse: "Eu ouvi tudo o que tu tinha para dizer, agora tu vai me ouvir".
Vc acredita? Eu nunca imaginei ouvir essa frase diante de uma reclamação! Uma total falta de respeito. Diante disso, disse que não gostaria mais de falar com ele, que infelizmente eu estava vendo que a postura da falta de educação é da empresa e não da funcionária.
Não sei de nenhuma legislação sobre a permanência em estacionamentos, se cada empresa faz o que quer. Mas o que importa é que paguei 2h tendo ficado por 1h30min no estacionamento.
Mas fica o alerta para os demais usuários de estacionamento: prestem atenção nestas cobranças! E protestem contra o Safe Park!"

Está no ar o "Proteste Consumidor"

Desrespeito e falta de consideração. Essas são apenas duas definições, sobre a as agressões morais que a maioria dos brasileiros sofre no comércio em geral. Seja restaurantes, lojas, cinemas ou repartições públicas. Quem algum dia, já não foi maltratado por um atendente, ou lojista, ou balconista que seja?

A única e infeliz certeza nesse país de contrassensos, é que um dia você, ou alguém que você conhece, ou pior ainda, um familiar seu, será maltratado.

E apesar de existir uma lei que protege o consumidor,o Procon, as minúncias de um mal-atendimento ou grosserias podem ainda ser camufladas. Sempre surgem as desculpas e quando não elas não aparecem a única saída é não utilizar mais aquele serviço .

Acontece que, mesmo em tempos de procons e "defesa do consumidor", nos sentimos de mãos amarradas diante de algumas situações... É que a solução para grande parte destes problemas seria entrar na justiça, exigir a reparação do que consideramos "dano moral" ou mesmo o ressarcimento de valores indevidos cobrados. Você já fez isso? Já calculou o tempo que gasta para entrar com a ação, reunir provas, depoimentos, testemunhas? Para ir a uma audiência de conciliação e depois as demais? Mesmo com os juizados especiais, demora. É problemático para quem tem a agenda cheia e corre contra o relógio. Isso sem contar que quando você vai a uma audiência contra uma empresa, eles sempre aparecem com advogados munidos de todos os artigos, argumentos, jurisprudências e, invariavelmente você sai se sentindo pior do que quando chegou.

É nesse momento que nasce o sentimento de impotência, até por que, se for uma grande rede, outras pessoas irão continuar comprando naquele mesmo lugar que você nunca mais vai voltar.

Por isso a nossa intenção é denunciar o local e a pessoa que nos tratou mal. Temos o direito e o dever de erguermos a voz contra o absurdo de uma obviedade. Ou seja, quem está trabalhando em público, tem obrigação de estar bem preparado, emocionalmente para atender as diversas personalidades que vai atender.

Mas deixamos claro, a nossa maior reinvidicação na criação desse blog é denúnciar os maus-tratos, sofridos no comércio, questões que infrigiram moralmente a vida de alguém. Não estamos questionando leis ou normas. É apenas um canal de desabafo.

Que seja um canal para todos que se sintam da mesma forma.